ANÁLISE The Legend of Zelda: A Link Between Worlds


The Legend of Zelda: A Link to the Past é um dos games mais bem avaliados de todos em tempos. Lançado em 1991, ele seria uma continuação do Zelda 2: Adventure of Link para o Nintendinho, mas o projeto acabou cancelado e os produtores remanejados. Com uma história que marcou época, com certeza esse é um jogo que deixou muita gente fã da série Zelda. Prometendo voltar a essas origens, à Nintendo lança uma espécie de continuação deste game chamada The Legend of Zelda: A Link Between Worlds. Será que conseguiram? Vamos aos detalhes.


História

The Legend of Zelda: A Link Between Worlds se passa várias gerações após os eventos de A Link to the Past, onde controlamos uma encarnação jovem do herói Link, que luta para salvar o reino de Hyrule, atormentado por um mago chamado Yuga. Durante a aventura, Link e a Princesa Zelda descobrem que ele veio de lugar chamado Lorule, uma versão alternativa e mais sombria do reino de Hyrule, que também possui uma princesa, chamada Hilda.

Ao longo das quase 10 horas de duração do game, posso tranquilamente descrever essa história como uma das menos importantes para a série Zelda. Comparado com a profundidade dos acontecimentos de A Link to the Past, a deste jogo não se preocupa em expandir aquilo que os fãs da série já conhecem. A sensação “isso eu já vi em outro jogo” é constante. Um fato destacável, porém, é a explicação “pouco explicada” do sumiço dos Gorons e o desing dos Zoras nessa linha do tempo.

A premissa de Lorule é muito semelhante daquilo vista nos games Majora’s Mask e Twilight Princess, existindo apenas para justificar a presença de um "Dark World" explorável. Ainda sobre isso, seria muito mais interessante se os produtores justificassem o caos de Lorule pelo fato da lua de Majora’s Mask ter se chocado com aquele reino. Lorule ser Termina seria muito melhor para a narrativa.



O vilão principal é, talvez, o menos carismático de toda série, e ao longo do game ele vai perdendo relevância, pois fica confuso para o jogador entender, inicialmente, as motivações para justificar tamanho caos. A Princesa Hilda acaba sendo a personagem mais bem desenvolvida do game, e a responsável pela maior reviravolta na história.

Vários elementos dos games anteriores são aqui utilizados para criar no jogador aquela nostalgia, como semelhanças de alguns personagens e construção do mapa baseado no do A Link to the Past. Para quem já conhece a série, fica aquela sensação de que faltou um pouco mais de originalidade para a produção do título. É quase um remake, aliás.


Jogabilidade

A Link Between Worlds é o game da série que mais se aproxima do conceito de mundo aberto, onde o jogador tem a opção de seguir a ordem que quiser para o desfecho da história. Para permitir isso, foi criado um sistema de aluguel, onde logo nas primeiras horas Link já tem disponível todo o arsenal de ferramentas para explorar os qualquer calabouço ou templo. Esse sistema vem junto da introdução do personagem Ravio, que estabelece uma loja na casa do protagonista. 
Como se trata de um empréstimo, o jogador perde essas ferramentas alugadas caso morra em algum momento, mas elas podem ser alugadas novamente ou compradas se você possuir ruppees suficientes para isso. O jogador também pode melhorar a força das ferramentas coletando e entregando filhotes de uma personagem, parecida com um polvo, chamada Mother Maiamai, sendo esses encontros os mais cômicos do game.

Um adição interessante é a mecânica de se movimentar pelas paredes: basicamente Link se move como uma pintura-viva. Todo o level desing do jogo foi pensado para essa movimentação, sendo bastante intuitiva em pouco tempo. Aliado a essa mecânica está o uso do efeito 3D, que utiliza da profundidade do cenário para a resolução de alguns puzzes. Talvez esse seja um dos games que utilize com mais competência o recurso para moldar a jogabilidade.

Os calabouços e templos, apesar de serem bem construídos, são muito fáceis e será raro o jogador se perder dentro de algum deles. Os puzzes tem, de uma forma geral, resoluções simples, o que deixa mais evidente que o game foi pensado para ser mais acessível às crianças. Para facilitar ainda mais, o que no geral traz mais benefícios, é o fato de haver estátuas espalhadas por todo o mapa que dão a possibilidade de se salvar o jogo naquele determinado ponto, semelhante ao que é visto em Skyward Sword.

Também existe um Hero Mode, desbloqueável após o término da campanha. Nele, a dificuldade aumenta consideravelmente, pois os inimigos causam muito mais dano e é muito mais fácil morrer durante o gameplay. Assim como Wind Waker HD, essa dificuldade deveria estar disponível logo no inicio para aumentar o desafio, já que o jogo em si não gera muito fator replay.

Sem qualquer jogabilidade online, o único modo que utiliza os recursos wireless do 3DS é um modo onde, por streetpass, pode-se compartilhar desafios com Dark Links, que são representações do personagem principal. Como existem raríssimos proprietários de 3DS onde moro, não pude testar mais a fundo essa funcionalidade do game.


Gráficos

A Link Between Worlds possui um estilo visual questionável. Como o jogador tem uma visão de cima, assim como os primeiros jogos da série, isso não seria um problema se não fosse a mistura de gráficos 2D com 3D. Não que isso seja um desastre, mas os gráficos estão muito abaixo dos vistos na remasterização de Ocarina of Time, por exemplo. Tudo isso fica evidente nas cutscenes, onde os personagens possuem modelo 3D com poucos polígonos.

Ainda sim, o jogo possui cenários muito bonitos e detalhados, como os do castelo de Hyrule, o deserto, as dugeons de Lorule e a própria Lorule. Os inimigos tem visuais diversos e foram baseados naquilo que os fãs da série conhecem, sem muitas novidades.

Assim como foi mencionado, o efeito 3D do jogo está muito bem feito. Quando ligado, evidencia a profundidade dos cenários e auxilia na resolução de puzzes. Ao contrário dos demais jogos do 3DS, ele é muito menos incômodo pelo fato dos gráficos rodarem a 60 fps, o que nos permite jogar com o efeito ligado no máximo por muito mais tempo sem cansar tanto os olhos.




Som

O jogo está muito bem servido quando o assunto é som. A trilha sonora traz diversas canções conhecidas dos fãs da série, inclusive remasterizações das músicas dos calabouços e templos, além dos campos de Hyrule de A Link to the Past. Além delas, os efeitos sonoros são muito parecidos, como o som do andar na água, pingos e corrida, por exemplo.





Conclusão

The Legend of Zelda: A Link Between Worlds, apesar de todas as suas inovações, infelizmente ficou longe de ser igualmente memorável ao A Link to the Past. Apesar de vendido pela Nintendo como uma continuação direta, a história pouco se preocupa em expandir aquilo que já se conhece da série Zelda ou preencher os furos que existem na linha do tempo no qual o game passa. Com um estilo visual questionável, o game ainda é inovador ao introduzir novas mecânicas a jogabilidade que o aproximam do conceito de mundo aberto. Esta mudança, com certeza, definirá o modo como os próximos jogos da franquia serão produzidos. 


+ Mecânicas inéditas;
+ Mundo semiaberto;
+ Nostalgia dos primeiros games da série;
+ Qualidade sonora impecável;
+ Level desing dos calabouços e templos;
+ Efeito 3D muito bem utilizado;
+ Gráficos a 60 fps.

- Curta duração da campanha;
- Baixo nível de dificuldade;
- Visual que mistura 2D com 3D questionável;
- Sem modo online;
- História pouco memorável.



Nota final: 8.7/10.0

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